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O Morro da Capelinha é uma elevação de terra de pequena altitude, com algumas partes recobertas por cascalho, pedregulhos e pedras maiores, com vegetação constituída por árvores de pequeno porte, arbustos, gramíneas e outras plantas típicas do cerrado do Planalto Central brasileiro. Localizado a aproximadamente seis quilômetros do centro de Planaltina, uma das cidades mais antigas do Distrito Federal, do alto do morro da Capelinha tem-se uma linda visão panorâmica da cidade e das paisagens naturais e bucólicas que o cercam. É lá que todos os anos, na Sexta-Feira Santa, um grupo de atores amadores dessa cidade, denominado Grupo Via-Sacra ao Vivo de Planaltina-DF, encena a Via-Sacra de Cristo. |
Além da beleza natural desse morro e dos outros adjacentes (como o Morro do Centenário, onde foi erigida a pedra fundamental da nova Capital da República), há a beleza dos cenários construídos nos últimos anos, que procuram reproduzir detalhes da cidade de Jerusalém à época de Cristo. Chega-se ao Morro da Capelinha pela BR-020 (primeira entrada à direita, antes da entrada oficial da cidade). Pelas rodovias DF-230, DF-130 e DF-140, também se chega lá. Tudo começou com a construção de uma pequena capela no topo do morro, para cumprir uma promessa. A capelinha, tão singela quanto bela, foi erguida pela proprietária do local, D. Olívia de Campos Guimarães em 1943, em homenagem a Nossa Senhora de Fátima, o que transformou o morro em local de peregrinações. Foi essa a motivação que levou o pároco e paroquianos da cidade a encenarem anualmente ali, na Sexta-Feira Santa, os quadros representativos da morte e ressurreição de Jesus Cristo (Via Crucis). |
A encenação da Via-Sacra de Cristo no Morro da Capelinha foi primeiro um sonho, uma idéia do padre Aleixo Susin. Em 1972, o Administrador Regional, Dr. Francisco Pereira de Faria (Dr. Chiquinho) restaura a Capelinha que deu nome ao local das encenações e abre uma larga estrada para acesso de carro até o topo do morro. No ano seguinte, ou seja, em 1973, ocorre a primeira encenação. Agora, o sonho do padre Aleixo começa a se realizar, a sua iluminada idéia é colocada em prática. A encenação começou, portanto, há trinta anos e, nos últimos anos, tem levado um público de mais de 100 mil pessoas ao local, vindos de vários lugares do Distrito Federal e de outros estados, entre fiéis católicos e turistas meramente curiosos. Primeiramente, a encenação foi entregue ao grupo de jovens da Paróquia Juventude Unida Planaltinense – JUP, com o apoio das Associações Religiosas, sob a coordenação da irmã Celina, fazem a Via-Sacra ao Vivo em 1973, 1974 e 1975. O texto e apresentação dessas primeiras encenações tinha a forma de jogral. Depois, o evento passou a ser coordenado e executado pelo movimento de Cursilhos de Cristandade, com a participação das Associações Religiosas da cidade. Essa fase foi de 1976 a 1988 e constituiu-se na fase áurea de consolidação, organização, aprimoramento e crescimento da encenação. Foi nesse período que o Grupo Via-Sacra ao Vivo de Planaltina constitui-se de fato e de direito, com regimento interno, estatuto e uma organização administrativa exemplar, com coordenador geral e coordenadores de equipes. Foi uma fase árdua, pois o Grupo Via-Sacra ao Vivo não contava com recursos públicos definidos. Era preciso muita peregrinação para conseguir o patrocínio da administração pública e de particulares. O grupo desdobrava-se para realizar inúmeras atividades (festas, almoços, bazares, bingos, rifas, pedidos de doação, etc.), a fim de angariar recursos para bancar o evento. Vários componentes do grupo, com a ajuda da comunidade, fizeram com as próprias mãos algumas obras no morro, a confecção do figurino e de objetos usados na encenação. Foi nesse período que o local ganhou as várias obras que contribuíram sobremaneira para a melhoria do espetáculo, nos aspectos de beleza cênica e recursos técnicos: construção de cenários, recursos de iluminação e de som, calçamento do caminho seguido pelos fiéis até o topo do morro, estacionamento, casa para o zelador local, etc. |
Antônio Waldeci Alves e outros. |
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