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RPPN Linda Serra dos Topázios
Cristalina/GO


POR JAIME SAUTCHUK


A HISTÓRIA

A ocupação da região onde hoje está Cristalina, em Goiás, se deu na virada do século 19 para o 20. Embora desde a década de 1820 diversos cientistas estrangeiros -- Pohl, Saint-Hilaire e Von Martius –tenham registrado a presença humana ali.

O viajante belga Auguste de Saint-Hilaire, por exemplo, que passou vários anos no Brasil, percorreu esses cerrados por longo tempo, a partir de 1819, e escreveu que se alojou em um acampamento onde hoje é a cidade.

Com animais carregados de plantas, barracas e outros utensílios, sua comitiva foi seguida por supostos assaltantes, que por certo achavam que havia ouro na carga. Sua sorte foi encontrar quatro casebres de garimpeiros, que lhe deram guarida.

Os primeiros desbravadores a chegar, portanto, eram movidos pelo espírito garimpeiro. Já vinham da extração de ouro no pé da Serra dos Cristais, em Paracatu (MG), cujo ciclo havia ocorrido entre 1720 e 1820, e buscavam pedras preciosas e semipreciosas.

Na região de Cristalina, encontraram cristal de quartzo em abundância, atividade que moveu a economia local durante quase meio século. Esse minério era usado na indústria eletrônica, como condutorde energia e até como agulha de toca-discos. Mas passou a ser antieconômico com o advento do cristal sintético.

O mosaico é de autoria do artista plástico, jornalista e cartunista Gougon
(Henrique Goulart Gonzaga Júnior), que tem ateliê em Pirenópolis.

Ele fez uma peça que se parece com a reserva, com seu Cerrado nativo, e a doou pra nós. Num belo sábado, há uns 10 anos, ele apareceu aqui com o mosaico em sua caminhonete, já afixado em barras de metal, disse que tinha trazido um presente e queria que eu indicasse um local pra ele deixá-lo montado à posteridade.Ele trazia cimento, areia e ferramentas, de modo que preparou a argamassa,ajuntou cascalos e, assentou a peça onde ela está, próximo da porteira, onde já havia um triângulo de concreto no chão, feito por nós. Essa é a história do Mosaico.

 

A atividade econômica deslocou-se então para a pecuária, já na década de 1950. Quase 30 anos depois, nova mudança ocorreu: o plantio de soja passou a ser prioritário. Foi resultado da criação do Prodecer(Programa de Desenvolvimento do Cerrado), fruto de cooperação entre os governos do Brasil e do Japão, e de pesquisas desenvolvidas pela Embrapa.

Cristalina é o município que tem o maior número de pivôs-centrais no país (são perto de 700 unidades). E a agricultura extensiva tem provocado sérios impactos socioambientais negativos. Muitos córregos e ribeirões já secaram, a flora e a fauna nativas estão sumindo e as famílias expulsas do campo perdemsua cultura, seus hábitos e costumes.

Ao mesmo tempo, mais recentemente o turismo se fez presente na economia local, seja pelo comércio de pedras semipreciosas e bijuterias, seja pelas belezasdas veredas e cachoeiras ali existentes. Hoje, entretanto, está sendo feito esforço para também colocar o foco do turismo local naVia Láctea.

Esta é umabeleza natural realçada pela atmosfera livre de poluição e com poucas nuvens durante a maior parte do ano. Trata-se do “céu mais limpo do Brasil”, segundo avaliação do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o que revela enorme potencial turístico.

Hoje, o município se torna também importante polo agroindustrial, voltado principalmente para o processamento de alimentos. Além da atividade mineral, com a exploração de areia para a construção civil até minérios estratégicos.

Reserva

A Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Linda Serra dos Topázios é uma área que pretende guardar um pedacinho do Cerrado para as futuras gerações. Era uma fazenda coberta de vegetação nativa, que foi transformada em espaço de proteção ambiental pelo Ibama, em outubro de 1994, por solicitação de Jaime Sautchuk, seu proprietário.

Essa modalidade de áreas protegidas foi inspirada em modelo canadense. O único apoio que proprietário recebe é a isenção do ITR (Imposto Territorial Rural) e assume o compromisso, registrado em cartório, de preservação à perpetuidade. Ou seja, se vendida ou deixada por herança, o novo dono deve manter sua destinação.

Além de conservar a flora e a fauna nativas, a Reserva mantém programas educacionais e de pesquisas que lidam com o bioma cerratense. Uma dessas pesquisas resultou no livro “Flores & Frutos do Cerrado”, importante levantamento da flora dessa região, com a participação da Universidade de Brasília (UnB).

Em seus limites, a RPPN hospeda uma estação meteorológica do INPE, fornecendo dados sobre o clima numa extensa área territorial do Sudeste goiano. Realiza, também, o programa Ecoastronomia, voltado paraestudos espaciais e para a capacitação de professores e de profissionais de turismo.

 

 

 

 

 

 

 

 

 





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